Os dias prosseguiram sem novidades. O beija flor apenas voava pela sala ampla em um movimento perene e o bater de suas asas se tornando uma melodia perene para os meus dias. Minha pesquisa sobre as palavras que vira escritas na parede não se revelou muito proveitosa. Não tive mais a visita daquele que se intitulava J.C.Hesse tampouco. A ausência de outros contatos me deixou inquieto. Haviam me dito que seria ali onde conseguiria perpetuar o meu desejo. No entanto, nada acontecia. Isso me deixava ansioso. Tentei mesmo encontrar uma escada pela qual pudesse alcançar a claraboia redonda por onde a tinta escorrera. Talvez, ali encontrasse uma pista. Na ausência desta, imaginei que poderia empilhar os livros um a um até que a montanha fosse suficientemente alta. Com a profusão de prateleiras que reinavam ali material não faltaria. Mas não tive a coragem de tratar os livros com tamanha falta de zelo. Por fim, nomeei meu pequenino companheiro como Hesse e me voltei para a leitura como sempre. Como ainda me sentisse um pouco sobressaltado, com os olhos hora ou outra deslizando de volta para a parede vazia, me apeguei às histórias leves de Will Eisner.
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